Pensamentos Soltos... Instantes...

"Nós somos dos tecidos de que são feitos os sonhos"

Shakespeare, William

31/10/2008

Fix you...

A música que me fazia chorar, mas que simultaneamente me dava força e muita esperança... :D Lights will guide you home...

19/10/2008

Aprender a ser felizes…

Parece-me que a primeira coisa que deveríamos ensinar a todo o homem que chega à adolescência é que não nascemos felizes nem infelizes, mas temos que aprender uma coisa ou outra, e que depende em grande parte de nós mesmos que nos sobrevenha a felicidade ou a desgraça. De facto, não é verdade, como muitos pensam, que a fortuna se possa encontrar como uma moeda que topamos na rua, ou que nos saia como a sorte grande na lotaria; é alguma coisa que se constrói, tijolo a tijolo, como uma casa.
Deveríamos ensinar também que a felicidade nunca é completa neste mundo, mas que, mesmo assim, há razões mais do que suficientes de alegria para encher uma vida de gozo e de entusiasmo, e que uma das chaves está precisamente em não renunciar ou ignorar os traços de felicidade que dispomos para passar a vida a sonhar ou a esperar a felicidade integral.
Seria ainda necessário dizer que não há receitas para a felicidade. Em primeiro lugar, não há uma, mas muitas felicidades, e cada homem deve construir a sua, que pode ser muito diferente da dos vizinhos. Em segundo lugar, uma das chaves para sermos felizes é descobrir “que” tipo de felicidade é a minha.
Acrescenta-se ainda que, embora não haja receitas infalíveis, há uma série de pistas pelas quais se pode pode caminhar com segurança. Ocorrem-me, de repente, umas tantas:
- Valorizar e reforçar as forças positivas da nossa alma. Não esperar pelo encontro com um cego para nos darmos conta de como são belos e importantes os nossos olhos. Não precisar de conhecer um surdo para descobrir a maravilha de ouvir. Sentir o gozo de as nossas mãos se moverem sem precisarmos, para isso, de olhar as mãos mortas de um paralítico.
- Assumir depois, serenamente, as partes negativas ou deficientes da nossa existência. Não nos encerrarmos masoquisticamente nos nossos sofrimentos. Não dar importância demasiada às pequenas coisas que nos faltam. Não sofrer por medos ou sonhos de possíveis desgraças que provavelmente nunca chegarão.
- Viver abertos ao próximo. Pensar que é preferível que nos enganem quatro ou cinco vezes na vida, do que passarmos a vida a desconfiar dos outros. Procurar compreender e aceitar os outros como eles são, diferentes de nós mesmos. Procurar, porém, em todos, mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa, mais aquilo em que coincidimos do que aquilo em que divergimos. Ceder todas as vezes que não se trata de valores essenciais. Não confundir os valores essenciais com o nosso egoísmo.
- Ter um ideal grande, que centralize a nossa existência e atraia o melhor das nossas energias. Caminhar para ele incessantemente, mesmo que haja alguns recuos. Aceitar a maturação de todas as coisas, a começar pela nossa alma. Aspirar sempre a mais, mas não a demasiado mais. Dar todos os dias um passo em frente. Não confiar nos golpes da fortuna.
- Acreditar descaradamente no bem. Confiar que a longo prazo – às vezes muito longo! – acabará sempre por impor-se. Não se angustiar porque os outros avançam aparentemente mais rápido por caminhos tortos. Acreditar também na lenta eficácia do amor. Saber esperar.
- No amor, preocupar-se mais em amar do que em ser amado. Ter a alma sempre jovem, e portanto sempre aberta a novas experiências. Estar sempre dispostos a rever as nossas próprias ideias, mas não a mudá-las facilmente. Decidir não morrer enquanto estivermos vivos.
- Escolher, se for possível, um trabalho que nos agrada. E, se isso for impossível, procurar amar o trabalho que fazemos, descobrindo os seus aspectos positivos.
- Rever constantemente as escalas de valores. Cuidar que o dinheiro não se apodere do nosso coração, pois é um ídolo difícil de arrancar quando nos fez seus escravos. Descobrir que a amizade, a beleza da natureza, os prazeres artísticos e muitos outros valores, são infinitamente mais rentáveis do que os valores financeiros.
- Descobrir que Deus é alegre, que uma religiosidade que oprime ou esmaga a alma não pode ser verdadeira, porque Deus ou é Deus da vida ou não passa de um ídolo.
- Procurar sorrir com vontade ou sem ela. Estar seguros de que o homem é capaz de superar muitas dores, muito mais do que ele suspeita.
O rol podia ser mais extenso. Creio, porém, que estas poucas pistas podem servir para iniciar o estudo da cadeira mais importante da nossa carreira de homens: a construção da felicidade.

(Livro: Razões para a alegria - José Luís Martín Descalzo)

18/10/2008

Férias 2008...



It´s such a perfect day...

(Música: Strawberry Swing - Coldplay)